quinta-feira, 3 de junho de 2010

O futuro do jornal impresso

O pessoal da Folha de São Paulo deve estar mesmo preocupado com a queda nas vendas do jornal impresso. Basta ver a estrondosa campanha que estão fazendo, com Fernanda Torres e tudo mais. Agora deram para me enviar jornal grátis todo dia, imagina. Mas confesso que fiquei surpreso com a peça publicitária de página inteira criada pela agência Africa, onde um garotinho segura um exemplar da Folha com uma foto de uma mulher segurando um notebook logado no Folha.com exibindo uma imagem de um jovem segurando um iPad mostrando a FDSP onde aparece um senhor segurando um iPhone acessando a Folha.com. Idéia simples, mas genial. Detalhe sutil mas digno de nota: o fundo de cada foto tem uma cor da bandeira do Brasil, verde, amarelo, azul e o iPhone com fundo branco. Pena que não tenho a imagem para postar.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Um novo capítulo na saga dos Smartphones




Certamente o lançamento do Windows Phone 7 Series pela Microsoft vai chacoalhar o mercado de telefonia celular. A mudança de foco centrado em aplicativo (iPhone) para foco centrado em pessoas e ações certamente será um grande salto, inclusive porque a Apple já tinha essa bagagem e por algum motivo ainda não tinha utilizado no iPhone, explico.

Enquanto a Apple desenvolvia o conceito da Apple Store, em fase avançada do protótipo (sim, eles fizeram um protótipo de loja antes de lançar a primeira loja real), já na fase final do estudo se deu conta de que estavam pecando em fazer a loja centrada em produto: iMac, iPod etc. Ao invés disso, resolveram dividir a loja por "funcionalidades" ou "necessidades típicas de um usuário-padrão de nossos produtos". Assim, as lojas passaram a ter uma seção "como baixar e editar fotos digitais no iMac" ou "como gerenciar músicas utilizando o iPod" ou coisa parecida. (ref. livro "A cabeça de Steve Jobs")

Das duas uma: ou acharam (Apple) que seria um salto muito grande lançar uma interface revolucionária em um produto por si só já revolucionário ou simplesmente deram mole e deixaram outro chegar na frente (MS).

Parece que a MS fez o dever de casa e pode ter dado um passo importante para a vitória da primeira batalha (Smartphones), mas o sucesso do iPhone – e por extensão, da Apple – se baseia fortemente no modelo de negócios de geração de receita recorrente via iTunes e isso, até o momento, ninguém conseguiu copiar.

Ainda vai rolar muita água por debaixo dessa ponte...

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Sobre os leitores digitais na educação

Sempre achei livros um grande desperdício. Mas antes que me queimem na fogueira como herege, explico: para mim uma vez lido, o livro perde em muito sua razão de ser.

Sou do tipo de leitor que dificilmente se apega ao objeto-livro e desconheço qualquer estatística sobre quão apegados os leitores médios tendem a ser com o objeto-livro, mas olhando sob o prisma da praticidade e da racionalidade apenas, faz pouco ou nenhum sentido ocupar estantes e mais estantes ou ainda cômodos inteiros com objetos de escassa utilidade. Uma vez absorvido o conhecimento ali apresentado, cabe a cada um fazer o melhor uso desse conhecimento da melhor maneira que possa. E os livros, qual o papel – sem trocadilho – dos livros no futuro?

Nas últimas semanas temos visto inúmeras discussões acerca dos chamados leitores digitais, aparelhos eletrônicos que permitiriam acessar a informação de cópias digitais de livros, sem a necessidade de se comprar a versão em papel. De minha parte, confesso que esperei décadas por essa ideia genial.

Agora, apesar do rebuliço enorme sobre as características essenciais que esses leitores deveriam ter ou ainda sobre qual o melhor modelo de negócio para se lucrar com essas geringonças, pouco se ouviu falar sobre as possibilidades desses aparelhos na educação.

Lembro de uma discussão que aconteceu alguns anos atrás sobre o uso de mochilas escolares e os problemas de postura que estavam acarretando por conta de uma combinação malévola de sedentarismo com excesso de carga sobre a espinha das crianças. Mas não temam, kids! O leitor digital veio para salvar sua coluna...!

Já pensaram na praticidade de se mudar de matéria com um clique, transitando de matemática para português com extrema facilidade, ou ainda incorporar recursos de escrita para o aluno fazer anotações enquanto o professor exibe em uma lousa eletrônica o conteúdo que poderá ser baixado para esses cadernos virtuais, capazes de fazer consultas em tempo-real a sites online? Evidentemente a questão da dispersão deverá ser devidamente tratada, mas não invalida o sem-número de possibilidades que essa ferramenta pode vir a proporcionar. Assim como o iPhone da Apple possui o "Modo Avião", que inibe emissões eletromagnéticas, a prova "rodaria" no "Modo Anti-cola", para evitar as fraudes. Depois era só fazer o "Upload" para o site da professora e "baixar" o gabarito para ver se tinha passado com louvor ou teria que encarar uma repescagem.

E do ponto-de-vista dos fabricantes de equipamentos e provedores de conteúdo, vejam que interessante: as crianças seriam introduzidas aos aparelhos ainda jovens e continuariam utilizando-os na fase adulta, gerando cada vez mais receita para as empresas.

Se eu estivesse nesse negócio, estaria a essa altura conversando com governos de economias emergentes para viabilizar contratos de fornecimento de versões "light" desses aparelhos tão logo a escala comercial permitisse seu uso em escolas de ensino fundamental.

Aguardemos...